O que nos Referencia
A crise ecológica, mais do que qualquer outra crise que nos afeta hoje, altera radicalmente o nosso senso de urgência, porque acarreta no colapso das condições físicas e materiais que tornam a vida possível, ainda mais a vida sob o socialismo. Essa crise, assim como as outras, é principalmente produzida pelo sistema capitalista. Fatores da Grande Aceleração, desde o aquecimento global à perda de biodiversidade, estão atrelados à insustentabilidade do modo de produção vigente. E esses fatores não podem ser detidos pelas soluções capitalistas, pois, para manter seu ciclo de acumulação, o capital demanda cada vez mais da natureza. Hoje, o capitalismo verde é mais ameaça do que o negacionismo climático padrão. Parece racional reconhecer o consenso científico acerca das mudanças climáticas, no entanto esconder o papel do capitalismo nessa crise também é anticientífico. Sua deturpação das mudanças climáticas como um problema que pode ser manejado sem intervenção severa no modo de produção conduz a falsas soluções e é, em si, um tipo de negacionismo. As soluções arranjadas se dirigem a algumas questões críticas, mas apenas na medida em que são compatíveis com o objetivo final de gerar lucro. Mudar apenas a maneira de se comprar bens não soluciona o problema. Mecanismos de compensação de carbono têm permitido que grandes poluidores sigam poluindo enquanto outras empresas conseguem grandes lucros ao reduzir algumas de suas emissões. Carteiras de investimento bilionárias valorizam métodos de geoengenharia que não são comprovados em grande escala e que podem ter sérias implicações éticas e biológicas. Não se pode simplesmente substituir o que usamos como fonte de energia da indústria e da produção de bens e serviços atual por uma alternativa renovável, porque os recursos da Terra são finitos. É necessário fazer ajustes de quantidade e qualidade, e a distribuição desigual é uma questão.
O capitalismo precisa acabar para que a vida possa continuar; porém, as condições políticas vigentes não apontam para soluções que sejam radicais e rápidas o suficiente para confrontar a crise ecológica com o antídoto perfeito. Nós enfrentamos as ameaças imediatas da reorganização das forças de direita e fascistas – incluindo os ecofascistas – e o crescimento da dominância do capitalismo verde. À medida que nos organizamos para combater essas ameaças, nosso trabalho também é identificar e engajar em possíveis caminhos de ação que possam lidar com distintas coisas ao mesmo tempo.
Um programa de prevenção que pode começar sob o capitalismo, como colocou David Schwartzman, é essencial. Para escapar da colisão do trem antes de termos a chance de fundamentar uma sociedade socialista , o “como fazer” do nosso plano de evacuação envolve implementar ideias, políticas, microssistemas, reformas e outros arranjos sociopolíticos que desaceleram a marcha da crise enquanto criamos as bases para o poder popular que pode superar e dar suporte ao novo sistema. Essa é uma questão de sustentabilidade do tipo radical. Precisamos de uma estratégia que atue em duas marés, assim uma pode dar conta das contradições que a outra enfrenta. A estratégia exige que pensemos em questões de curto, médio e longo prazo simultaneamente, mas com flexibilidade e uma postura reflexiva que reconheça que a história não é uma sequência linear de eventos congelados e que novas contradições surgem à medida que a fazemos acontecer. Estabelecer bases sustentáveis para ações mais radicais no futuro é construir condições que nos levarão a problemas a que ainda não estamos preparados para abordar ou tampouco conscientes deles atualmente. Esses são problemas que, no entanto, desejamos, uma vez que eles só podem se materializar quando os que nos atormentam agora estiverem resolvidos. Se nossa estratégia for bem-sucedida, nossos problemas não dirão respeito apenas a postergar o fim do mundo que já se aproxima, mas, de fato, vão estar relacionados com o que faremos neste planeta pelos séculos que estão por vir nos bilhões de anos que ainda restam.
Quem pode implementar essa estratégia? Somente aqueles cujo real interesse seja preservar as condições para a vida na Terra enquanto fazem dessa vida algo que valha a pena ser vivido, de uma maneira inclusiva e pacífica. As pessoas que precisam reivindicar o tempo que lhes foi tirado pela exploração capitalista com o objetivo de estender o tempo da sociedade humana na Terra. Mesmo nos estágios iniciais, nossa estratégia não está em risco de ser enredada com o capitalismo verde porque o agente de mudança é a maioria da sociedade explorada pelo sistema. São as pessoas da classe trabalhadora, migrantes e refugiados, grupos indígenas, pessoas com deficiência, maiorias racializadas, mulheres e pessoas LGBTI+ que são marginalizadas e que não podem ser absorvidas pelos postos muito limitados que a mobilidade social do capitalismo oferece. Nossa estratégia requer a construção de poder coletivo em arranjos que de fato demonstrem à maioria da classe subalterna que é possível reorganizar a sociedade e que os resultados dessa reestruturação são desejáveis.
Rumo ao século 22, Sabrina Fernandes
Buscamos que as Pessoas e as Organizações se comprometam com a melhoria contínua de seu desempenho ambiental, adotando procedimentos e práticas que visem a prevenção de impactos ambientais negativos, também em conformidade com os requisitos legais, gerando alternativas que propiciem a sustentabilidade da em seus ambientes e de toda a sociedade, desenvolvendo uma estratégia de mudança cultural através de uma política pedagógica ambiental e ecológica.
Isso deverá se refletir na sensibilização e conscientização dos indivíduos pertencentes à comunidade onde vivem e sociedade em geral, para a percepção de como os aspectos ambientais se apresentam, quais os seus impactos e como afetam o ambiente m que vivem. E, a partir daí, estejam capacitados a agir para a sua solução, tendo em vista uma melhoria da qualidade pela ambiência e conformidade conquistadas.
Meio Ambiente Criativo
O meio ambiente é uma questão importante a ser tratada para a vida de todas(os) e no planejamento estratégico de todas as organizações.
Políticas Ambientais devem estar comprometidas com aspectos sociais e econômicos que buscam atender às relações desastrosas entre meio ambiente e pobreza, saúde, indústria, comércio, divida externa, consumo e sociedade, através do planejamento, conservação e administração da vida em todas as suas formas, do fortalecimento dos grupos sociais e do papel das organizações governamentais e não governamentais, cooperativas e privadas.
É necessário assumir o gerenciamento ambiental com alta prioridade, através da melhoria contínua, promovendo o senso de responsabilidade das organizações com relação ao meio ambiente, segurança e saúde ocupacional.
A humanidade não pode se curvar aos interesses econômicos: reciclar 1 tonelada de plásticos economiza 130 Kg de petróleo; 20 a 30 árvores de eucalipto são salvas quando reciclamos uma tonelada de papel; reciclar uma tonelada de vidro gasta menos de 70% de energia do que para fabricá-la.
Sustentabilidade Criativa
As ações de preservação e sustentabilidade devem estar no foco da Estratégia das Organizações, de forma a atender as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de responder às suas necessidades.
Esta visão a ser garantida carece de decisões internas que requerem manutenção de condições saudáveis de trabalho, segurança, capacitação e lazer para trabalhadoras e trabalhadores e familiares, a contenção ou eliminação dos níveis de resíduos tóxicos decorrentes de seus processos e do uso ou consumo de seus produtos de forma a não agredir o meio ambiente de forma geral, bem como da elaboração e entrega de serviços e produtos de acordo com as condições de qualidade e segurança necessárias.
Interdisciplinaridade Criativa
A interdisciplinaridade emerge em qualquer área, e também na Ecologia e cuidado com toda a espécie de vida, por dois fatores: pela sua complexidade, tornando inviável uma disciplina cobrir todos os seus ângulos e como forma de maximizar os resultados organizacionais, através da otimização de cada recurso especializado. A construção da interdisciplinaridade exige a clarificação explícita dos objetivos do trabalho que se quer desenvolver.
Quanto à problemática ambiental, a abordagem interdisciplinar é fundamental tanto na elaboração de planos de melhoria, em casos de agressão ao meio ambiente, quanto na criação de alternativas de desenvolvimento, baseadas no uso correto dos recursos. A criação de alternativas viáveis de desenvolvimento, que resolvam o problema ambiental e melhorem a qualidade de vida das pessoas, somente será possível através da elaboração de Planos e Métodos em que se possa incorporar e integrar na concepção as condições ecológicas, culturais, sociais, econômicas, políticas e tecnológicas.
Método Criativo